O Blog do Moçambique, sobre Medicina Dentária com informações sobre: Higiene, Educação, Prevenção e Tratamentos Atuais; relacionados a Saúde Bucal.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Anestesia em Odontologia

 Anestesia - É o ato de suprimir os estímulos dolorosos através de um medicamento anestésico.



Qualquer pessoa pode tomar anestesia?
Antes disso, a pessoa deve responder a um breve questionário de saúde, padronizado pela ASA (Sociedade Americana de Anestesiologia), que determina o risco anestésico e cirúrgico. Com base em suas respostas, o profissional terá condições de informar se ela está apta a submeter-se a tratamento odontológico com anestesia. Mas, para seu conforto, já lhe adianto que esse procedimento é muito seguro e que a variedade de medicamentos disponíveis proporciona muita segurança.

Existe contra-indicação?
Sim, e elas podem estar relacionadas ao agente anestésico ou ao vasoconstritor. Com relação ao vasoconstritor, os pacientes com pressão alta não tratada ou não controlada, doenças cardíacas graves, diabetes mellitus não controlada, hipertireoidismo, feocromocitoma, sensibilidade aos sulfitos e usuários de antidepressivos tricíclicos, compostos fenotiazínicos, cocaína e "crack", têm limitações no uso de anestésicos.

Uma pessoa com 70 anos também pode tomar anestesia?
Com o passar da idade, muitas alterações podem aparecer, as quais podem contra-indicar ou não o procedimento. Como foi explicado no item acima, se o paciente apresentar algumas dessas alterações, o uso do anestésico pode estar temporariamente contra-indicado. Nesse caso, ele é encaminhado ao profissional médico habilitado e, após a sua liberação, o procedimento de anestesia é realizado.

Gestantes podem tomar anestesia?
Sim, o estado de gravidez não contra-indica o procedimento anestésico. Porém, se for possível, é mais aconselhável o uso da anestesia entre o terceiro e o sexto mês de gestação.

Existe o risco de choque anafilático?
Sim, porém é muito pequeno, uma vez que as respostas ao questionário de saúde orientam o profissional sobre o possível risco de choque anafilático.

Quais são os tipos de anestesia?
De uma maneira bem abrangente, a anestesia pode ser local ou geral. A anestesia local é administrada pelo cirurgião-dentista no próprio consultório. A geral deve ser feita pelo médico anestesista em hospital ou clínicas apropriadas.

O que é sedação consciente?
É um procedimento realizado pelo cirurgião-dentista e pelo médico anestesista, a fim de proporcionar maior conforto ao paciente, em casos de pacientes ansiosos ou com medo de ir ao dentista. Esse procedimento é realizado combinando-se a ação do anestesista (através de medicamentos relaxantes) com a do cirurgião-dentista (por meio de anestésicos locais), proporcionando conforto e eficiência anestésica em grandes procedimentos ambulatoriais.

Por que, às vezes, a anestesia demora mais para passar?
Provavelmente devido ao tipo de tratamento realizado. O profissional irá escolher o tipo de técnica, a quantidade e o medicamento. Nesse caso, quando o procedimento é simples, geralmente a anestesia passa rapidamente, ao contrário do que acontece em procedimentos longos, nos quais o profissional necessita de maior quantidade de anestésico.

Qual é a quantidade máxima de anestésico que se pode tomar?
Geralmente, os medicamentos são feitos para, em média, serem administrados 10 tubetes de anestésico em dose de segurança. Deve-se lembrar que o medicamento é composto pelo agente anestésico e pelo vasoconstritor. Em alguns casos em que está contra-indicado ou restrito o uso do vasoconstritor, a quantidade deve ser diminuída.

Como eu posso tomar uma anestesia sem dor?
Quando se pensa em anestesia, a primeira lembrança é o desconforto devido à picada da agulha, mas isso não mais ocorre. Hoje, com os cuidados pré-anestésicos que envolvem desde a utilização de medicamentos tranqüilizantes até o uso de anestésicos tópicos fortes, o incômodo do procedimento de anestesia diminuiu muito, chegando a não ser notado, dependendo da relação de confiança entre o paciente e o profissional.

Existe algum aparelho que aplique a anestesia para proporcionar conforto?
Sim. O conforto durante a anestesia é estabelecido quando uma pequena quantidade de anestésico é injetada continuamente por um maior período de tempo. Um aparelho dotado de microprocessador pode injetar a anestesia de forma lenta e contínua, diminuindo o desconforto do procedimento de anestesia.

Referência: Revista da APCD.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Idosos precisam ter mais cuidados com a saúde bucal

Idosos precisam ter mais cuidados com a saúde bucal

A saliva pode ser uma vilã na boca de pessoas que estão na terceira idade. Isso porque o PH, a espessura e a falta de saliva podem ser alterados com o tempo, gerando a proliferação de bactérias e inflamações.

Segundo o cirurgião-dentista Gabriel Lembo, esse quadro é muito comum em idosos: “Com a chegada da terceira idade, é normal que as glândulas salivares se atrofiarem. Além disso, nesta fase da vida, não é raro o uso de medicação para controle de doenças sistêmicas, o que acaba mudando o PH da saliva, sua espessura e até mesmo diminui a quantidade. Este quadro nós chamamos de xerostomia, referenciada por muitas pessoas como ‘boca seca’”.

No entanto, segundo o médico, há solução sem o corte destes medicamentos. Para o especialista, a melhor forma de combater a xerostomia é ingerindo bastante água e o mais importante: cuidar da higiene bucal, além de realizar visitas regulares ao dentista. “Outra forma muito comum e eficiente de combater a xerostomia é usar a saliva artificial, que é um lubrificante oral sem sabor. Vale ressaltar que somente um dentista pode indicar o melhor tratamento após uma detalhada avaliação de cada caso”, disse.

Outras doenças

A periodontite é uma inflamação crônica na qual bactérias, assim como a imunidade do pacientes contribuem para a destruição da gengiva, osso e ligamentos de suporte dos dentes. A periodontite é uma das principais causas de perda de dentes em adultos, principalmente idosos. Os sintomas são: sangramento gengival, alteração do paladar, sensibilidade dental, dores e desconfortos gengivais, alteração da cor dos dentes, mau hálito e tártaro.

A falta de apenas um dente pode causar, entre muitos problemas, dores de cabeça, disfunções gastrointestinais e baixa estima, já que o sorriso está intimamente ligado à aparência e convivência social. Hoje, existem duas opções para reposição dos dentes: prótese móvel, mais conhecida como dentadura e a prótese fixa sobre o implante, que são os implantes dentários. “Atualmente, a maioria dos nossos pacientes recorrem aos implantes dentários, que oferecem várias vantagens em relação a outros tratamentos convencionais. As principais são: fixação, melhor mastigação, semelhança aos dentes naturais, conforto, autoestima e, principalmente, durabilidade”, comentou Lembo.

http://www.band.com.br/jornalismo/saude

domingo, 17 de abril de 2011

Crianças aleitadas no peito têm melhor desenvolvimento mental e maior equilíbrio emocional

AMAMENTAÇÃO

Crianças aleitadas no peito têm melhor desenvolvimento mental e maior equilíbrio emocional.



Amamentação e a odontologia. A amamentação tem sido incentivada por ser o leite materno não só o alimento mais completo e digestivo para crianças de até um ano de idade, como também por ter ação imunizante, protegendo-as de diversas doenças. A amamentação é gratificante para a mãe e interfere beneficamente na saúde da mulher, por exemplo, diminuindo a probabilidade de câncer de mama, ajudando na involução do útero e na depressão pós-parto. Hoje, diz-se que o leite materno é ecologicamente correto, pois não consome recursos naturais em sua produção e não gera lixo, como ocorre com os leites artificiais, além de ser mais barato. Porém, poucos sabem que a amamentação tem reflexos futuros na fala, respiração e dentição da criança.

Um exercício muito Importante. Quando a criança é amamentada, está não só sendo alimentada, como também fazendo um exercício físico importante para desenvolver sua ossatura e musculatura bucal. Ao nascer, o bebê tem o maxilar inferior muito pequeno, que irá alcançar equilíbrio no tamanho em relação ao maxilar superior tendo seu crescimento estimulado pela sucção do peito. Toda a musculatura bucal é desenvolvida, músculos externos e internos, que, solicitados, desenvolvem os ossos. Mamar no peito não é fácil, daí o bebê ficar bastante transpirado. Esse exercício é o responsável inicial no crescimento harmonioso da face e dentição. Usando mamadeira, esse exercício é quase inexistente, e a preferência do nenê pela mamadeira vem da facilidade com a qual ele ganha o leite, principalmente quando este flui por um furo generoso no bico. Para exercitar-se com maior eficiência, a posição durante a mamada é importante: a criança deverá ficar o mais verticalizada, o que também facilita a deglutição do leite.

Uma atitude na tentativa de evitar apinhamento dental (dentes "encavalados"). Maxilares melhor desenvolvidos propiciarão um melhor alinhamento da dentição, diminuindo a necessidade futura do uso de aparelhos ortodônticos. Músculos firmes ajudarão na fala. Durante a amamentação, aprende-se a respirar corretamente pelo nariz, evitando amigdalites, pneumonias, entre outras doenças. Quando a criança respira pela boca, os dentes ressecados ficam mais expostos à cárie e as gengivas ficam inflamadas, os maxilares tendem a sofrer deformações e os dentes, a ficar "encavalados", aumentando também o processo de cárie.

A amamentação prepara o bebê para a mastigação. A mamadeira costuma tornar-se uma companheira para a criança ao longo de anos, habituando-a a uma dieta mole e adocicada, que aumenta o risco de cáries (cárie de mamadeira); a criança tende a recusar alimentos que requeiram mastigação. Depois da amamentação, a mastigação correta continuará a tarefa de exercitar ossos e músculos. A amamentação prepara a criança para a mastigação. Muitas mães reclamam que seus filhos, já crescidos, não mastigam corretamente e recusam verduras e frutas, apreciando apenas doces e iogurtes. Esquecem-se essas mães de que o que os habituou a essa dieta foi o uso prolongado da mamadeira. Mastigação incorreta pode levar também a problemas de obesidade e de estômago.

Evitando Hábitos prejudiciais. Atrelada à mamadeira, vem a chupeta, que também é usada normalmente por muito tempo, e o hábito de chupar o dedo, afetando o posicionamento dos dentes e trazendo também conseqüências danosas à fala e à respiração.

Abandonando a mamadeira. Desmame - é a transição da amamentação para a alimentação semi-sólida e sólida. Este período é uma fase que exige cuidados tanto pela possibilidade de administração de alimentos inadequados, quanto pelo risco de contaminação dos mesmos, favorecendo a ocorrência diarréica e desnutrição. A OMS/UNICEF recomenda que o lactente (o bebê) deva ser amamentado exclusivamente ao seio materno até o sexto mês de vida e a partir daí receber a complementação de outros alimentos.

Prevenindo a cárie. A primeira consulta odontológica de uma criança deveria ser antes do nascimento de seu primeiro dentinho. Nesse primeiro encontro, o odontopediatra orientaria a respeito da higienização, dieta e como proceder quando os dentes começarem a irromper e a incomodar o bebê. Entre outras coisas, aconselharia os pais a acostumarem-se a levar seus bebês ao dentista, assim como os levam ao pediatra, no sentido de se poder acompanhar de perto o desenvolvimento destes na tentativa da erradicação da doença cárie.

Referências: REVISTA DA APCD Vista em:Dentista Fácil

sábado, 16 de abril de 2011

Uma boa higiene oral e alguns cuidados básicos podem garantir-lhe dentes e gengivas saudáveis uma vida inteira.



Como posso manter uma boa saúde oral na terceira idade?

Independentemente da idade que tem, se fizer uma boa higiene oral, escovando os dentes pelo menos duas vezes por dia com uma pasta dentífrica fluoretada, usando o fio dentário ou outro meio de remoção da placa bacteriana interdentária diariamente, os dentes podem e devem durar toda a vida.
As visitas regulares ao profissional de saúde oral também são muito importantes, pois permitem o diagnóstico precoce de qualquer problema que surja.
Por vezes, devido a perda de peças dentárias, muitos indivíduos utilizam próteses dentárias. Nesses casos, são essenciais cuidados de limpeza da(s) prótese(s). Estas devem ser escovadas diariamente com uma escova própria para o efeito. Também existem soluções no mercado próprias para a limpeza das próteses.

Que cuidados de saúde oral devo ter em conta enquanto idoso?

Mesmo que escove e use o fio dentário (ou escovilhões) regularmente, o idoso poderá deparar-se com alguns problemas de saúde oral. No caso de usar próteses dentárias deve prestar especial atenção ao desgaste das mesmas e ao seu ajuste na boca.
Alguns medicamentos podem induzir alterações da quantidade e qualidade da saliva e provocar alterações no estado de saúde oral. Assim, caso sinta ardor ou secura da boca, deve contactar imediatamente o profissional de saúde.

Felizmente, os profissionais de saúde podem ajudá-lo a ultrapassar estes problemas com grande sucesso. Tome nota de algumas situações:

Cáries radiculares: quando existe recessão gengival, as raízes dos dentes podem ficar expostas, ficando mais susceptíveis à cárie dentária. Como os idosos apresentam uma maior predisposição para recessões gengivais, para manter uma boa higiene oral é fundamental usar uma pasta dentífrica fluoretada.

A boca seca é um problema comum nos idosos e pode ser causado por medicação ou por certas doenças. O seu profissional de saúde pode dar-lhe indicações para restabelecer a humidificação da sua boca, assim como recomendar tratamentos ou medicamentos que ajudem a prevenir os problemas associados à boca seca.

A diabetes, as doenças cardíacas ou o cancro, entre outras doenças, podem afectar a sua saúde oral. Certifique-se de que o profissional de saúde oral está a par dos seus problemas de saúde, de modo a que possa perceber toda a situação e ajudá-lo a ter cuidados específicos com a saúde oral.

As próteses removíveis podem ser muito úteis aos idosos, mas requerem cuidados especiais, quer na sua utilização, quer na sua higienização. Siga cuidadosamente as instruções dadas pelo seu profissional de saúde oral e avise-o se surgirem problemas.

A saúde dos dentes na terceira idade



Os avanços na medicina e na própria odontologia fazem com que a qualidade de vida das pessoas que estão na terceira idade, possa desfrutar de benefícios que as gerações anteriores não tiveram oportunidade de aproveitar.

A população de idosos no mundo tem crescido em ritmo acelerado. O cirurgião dentista deve estar atento a esse fato e ampliar seus conhecimentos na área da odontogeriatria para proporcionar um tratamento correto, eficaz e com o máximo de conforto ao paciente idoso, visto que o atendimento a essas pessoas requer mais atenção no momento de se estabelecer o diagnóstico, bem como na execução do tratamento. Deve-se ter em mente que os idosos geralmente apresentam uma grande variação no que se refere às condições sistêmicas, psicológicas e sociais, além de serem portadores de várias alterações decorrentes do processo natural de envelhecimento.

O dentista, hoje, tem um compromisso muito maior do que garantir dentes em perfeito estado para a mastigação. É preciso que as restaurações protéticas cumpram uma função principal: possibilitar uma mastigação eficiente, com gengivas saudáveis e dentes com bom aspecto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a população do mundo com idade acima dos 65 poderá dobrar até 2020.

Quanto mais longa é a vida média da população, mais importante se torna o conceito de qualidade de vida, e a saúde bucal tem um papel relevante nesse contexto. Saúde bucal comprometida pode afetar o nível nutricional, o bem-estar físico e mental e diminuir o prazer de uma vida social ativa.

O paciente idoso que chega aos consultórios não perdeu ainda todos os seus dentes nem aceita perdê-los. Com os conceitos de prevenção e a melhora na prática odontológica, ele tem melhor saúde bucal. Além disso, o nível de exigência leva o profissional a buscar tratamentos cada vez mais sofisticados que correspondam à expectativa do paciente e satisfaçam tanto a função e a saúde como o conforto e a estética dos dentes. Algumas pessoas não sorriem para não mostrarem dentes defeituosos, e é comum observar que muitos levam a mão à frente da boca quando o sorriso torna-se inevitável.

A preocupação com o idoso atualmente, deve ser com o todo. Não se pode deixar de relacionar os dentes, a boca, o estado de saúde e o estado emocional do paciente. Muitas doenças se manifestam na mucosa e na língua. Dores musculares, articulares e de cabeça podem estar relacionadas com o bruxismo (ranger os dentes) devido ao estresse. E outras enfermidades comuns ao paciente idoso apresentam consequências bucais para as quais o cirurgião-dentista deve estar atento, a fim de minimizar interferências no tratamento odontológico. Doenças como: o câncer, a artrite, o diabetes e o mal de Parkinson. O paciente de terceira idade é diferente de um paciente jovem, pois toda a sua experiência de vida exerce influência direta no diagnóstico e no plano de tratamento.
 
As alterações no paladar e olfato causadas pelo envelhecimento não foram definitivamente comprovadas, porém, há evidências de que o envelhecimento normal diminui a capacidade desses dois sentidos. O número de papilas gustativas começa a diminuir por volta dos 40 a 50 anos de idade nas mulheres e dos 50 a 60 anos nos homens, sendo que cada papila gustativa restante também começa a perder massa (atrofia). Em caso de perda da sensibilidade gustativa, geralmente perde-se primeiro os sabores salgado e doce; os amargos e ácidos permanecem um tempo um pouco mais longo. “Por isso, muitos idosos de queixam constantemente de boca amarga”.

Perder os dentes e usar dentaduras não é consequência natural da idade. A cavidade oral sofre alterações com a idade, como a diminuição da saliva, uma maior probabilidade de acúmulo de germes bucais e, até mesmo, uma retração gengival (deslocamento da gengiva), mas esses são problemas que podem ser evitados se houver uma boa prevenção. "A secura bucal é um dos incômodos da terceira idade e que, muitas vezes, pode trazer desconfortos como mau hálito, ardência e até ulcerações. Entretanto, essa alteração na produção de saliva está muito mais relacionada ao uso de medicamentos para tratamento de doenças crônicas do que com o envelhecimento em si. Um médico deve ser consultado para ver se há outra opção de medicamento. Em alguns casos, a secura da boca pode ser suavizada com contínuos goles de água, com o mascar caramelos sem açúcar ou estimular com gelo triturado colocado embaixo da língua”.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Articulação Temporo Mandibular e algumas das suas disfunções:




Para que se possa compreender as disfunções temporo mandibulares (DTM) há que compreender a etiologia e o mecanismos destas disfunções.

Para o efeito há que compreender o mecanismo da ATM (articulação temporo mandibular) pois só dessa forma se consegue entender os problemas que podem advir dela.

A mandíbula articula nos ossos temporais.

Os ossos temporais são os ossos da cabeça onde a mandibula encaixa e articula.

Mas os temporais têm movimento e se movem articulando com os demais ossos da cabeça.

No entanto os ossos temporais podem afectar ou ser afectados pela posição de outros ossos da cabeça.

Todos os ossos da cabeça devem estar alinhados e articularem livremente uns com os outros.

Quando tal não acontece, estamos perante disfunções que podem trazer muitos problemas não só ao nível do sistema nervoso mas de muitos outros sistemas.

Infelizmente em alguns meios ainda existe a crença de que os ossos da cabeça não mexem e que não articulam uns com os outros mas isso é apenas um mito que ainda existe em alguns meios.

Hoje sabe-se  que os ossos da cabeça se movem e que a sua falta de mobilidade é responsável por muitos dos problemas quer do sistema nervoso, quer do sistema emocional, hormonal, e outros.

A mandíbula articulando nos ossos temporais vai sofrer a influência de qualquer desalinhamento que eles tenham. Esse desalinhamento pode dever-se a muitos factores entre eles a musculatura ou a outras áreas do corpo.

Por vezes muitos dos problemas da ATM devem-se ao facto dos ossos temporais estarem desalinhados e não propriamente à ATM (articulação temporo mandibular).

Problemas a nível do trigémio, problemas da ATM, tonturas, enxaquecas, dores miofasciais, e outras situações podem ser resolvidas quando se encontra quem saiba determinar exactamente de onde vem o problema e que o saiba corrigir.

O corpo é um só e encontra-se todo interligado o que cria uma grande complexidade de sistemas e de mecanismos que se afectam mutuamente.

A razão de muitos problemas crónicos ou de problemas que se dizem sem cura muitas das vezes devem-se a uma falta de conhecimento dos mais diversos especialistas que apenas têm especialização numa área e que desconhecem o que outras especialidades podem fazer ou como todo o corpo está interligado e todas as áreas se afectam mutuamente.

Todos sabemos que o TODO é muito mais do que a soma das partes mas por vezes ainda teimamos em acreditar em crenças e mitos que já fazem parte do passado há muito e por vezes ainda andamos a tentar resolver os sintomas em vez de ver a pessoa como um TODO.

Os problemas da ATM podem propagar-se para outras zonas do corpo, vindo a criar problemas na cervical, nas costas ou noutros lados.

No entanto inúmeras vezes o que acontece é exactamente o contrário ou seja; são as outras disfunções que existem no corpo que provocam a DTM (disfunção temporo mandibular).

A ATM só por si só pode ser a responsável pelo stress do dia a dia, pela ansiedade, pelos desarranjos mentais, emocionais, hormonais, por problemas de sono, e por muitas outras situações. Mas inúmeras vezes são os factores emocionais e o stress que provocam a DTM (disfunção temporo mandibular).

Há que entender as causas dos problemas da ATM e corrigi-las por forma a que não se corrija apenas a ATM mas as causas das suas disfunções e os muitos outros problemas que frequentemente andam associados.

O desgaste dos dentes, a dor na ATM e o bruxismo, são situações que frequentemente levam as pessoas a procurar ajuda junto de odontologistas, ortodontologistas e outros especialistas.

Infelizmente por vezes nem todos eles conseguem fornecer a ajuda necessária uma vez que por vezes existem causas que saem fora da sua área de especialização.

Dessa forma acabam por ficar de fora muitas DTM (disfunção temporo mandibular) que precisam de ser corrigidas pelos mais diversos especialistas desde o psicólogo ao fisioterapeuta e a outras especializações por forma a que todas as possiveis causas da DTM (disfunção temporo mandibular) possam ser verificadas e corrigidas.

Hoje existem muitos especialistas, conhecimentos e terapias que explicam e resolvem as causas por detrás deste e de muitos outros problemas de saúde. O segredo está no uso das mais diversas abordagens e num acompanhamento multidisciplinar que cada vez é mais frequente.

Desta forma o sofrimento, as crenças e mitos existentes de se se tem de passar o resto da vida a sofrer, podem ser ultrapassados e passarem a ser coisas do passado.

Os problemas da ATM podem ter inúmeras razões ou seja inúmeras causas e todas elas precisam de ser detectadas e corrigidas e para isso a multidisciplinariedade é a melhor solução.

A Odontologia e os Pacientes HIV/AIDS


A epidemia da Aids completou três décadas, e junto com ela, ocorreram muitas conquistas e muitas perdas, e , ainda, respostas à epidemia que mexeram com aspectos sociais, culturais, crenças religiosas e verdades científicas.

 A luta contra a Aids está longe do fim. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 40 milhões de pessoas estejam contaminadas pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) no mundo e que 16 mil novas infecções ocorrem a cada dia, sendo a quarta causa de morte no mundo. Tal mortalidade vem caindo significativamente em função das terapias antirretrovirais existentes atualmente e da adesão a essas terapias.

O Cirurgião Dentista tem um papel relevante frente a essa epidemia, pois 90% dos pacientes infectados pelo HIV, apresentam, a qualquer momento durante o curso da infecção, manifestações bucais, podendo ser ele ainda o primeiro a detectar e diagnosticar lesões indicadoras da Aids. Para tanto, deve o Cirurgião Dentista estar treinado e capacitado sobre as intercorrências dessas patologias, sabendo diagnosticá-las e tratá-las a contento.

Desde o início dos anos 80, a epidemia de Aids vem sofrendo mudanças importantes que nos permite dividi-las em quatro momentos distintos. O primeiro, caracterizado pela infecção majoritária de homossexuais ou bissexuais masculinos (HSH). O segundo, marcado pelo incremento significativo da categoria usuário de droga injetável (UDI), juvenilização e heterossexualização da epidemia (HET). No terceiro momento, um avanço acentuado de transmissão heterossexual, e o crescimento   nos casos de mulheres soropositivas, e em conseqüência a ocorrência da transmissão vertical, aumentando o número de crianças nascidas portadoras do vírus HIV. No quarto, e atual momento da epidemia, assiste-se um avanço da Aids nas pessoas da terceira idade, deste modo acima dos 60 anos de vida.

 No começo da epidemia, os pacientes muitas vezes não viviam mais do que dois anos após desenvolver a doença. Atualmente ao estudar o modo como o vírus ataca as células imunológicas, os cientistas desenvolveram drogas que evitam a multiplicação do vírus HIV. Usadas em combinações conhecidas como “coquetel”, essas drogas ajudam os pacientes a viverem por um período maior de tempo e com melhor qualidade de vida, mas passíveis de múltiplas manifestações adversas relacionadas às medicações, principalmente os inibidores de proteases, dentre ela a Síndrome Lipodistrófica, que é caracterizada pelas alterações metabólicas: a dislipidemia, a resistência insulínica, a hiperglicemia, a redistribuição da gordura corporal, sendo esses fatores determinantes para as doenças cardiovasculares.

A s manifestações bucais da infecção pelo HIV são freqüentes e podem representar os primeiros sinais clínicos da doença. Podem ser indicadoras de comprometimento imunológico, minimizando o tempo de evolução da doença   até   a   fase de Aids. Desde o início da Aids, muitas manifestações bucais foram relacionadas à infecção pelo HIV. Diversos autores relatam que os estudos dessas manifestações bucais são fundamentais para auxiliar o entendimento da epidemiologia da Aids.
 
Diversas pesquisas, desde o início da síndrome da imunodeficiência adquirida até os dias atuais, comprovam a prevalência de manifestações orais em pacientes soropositivos para o HIV, apresentando como as mais freqüentes: candidíase pseudomembranosa, candidíase eritematosa, queilite angular, leucoplasia pilosa oral, gengivite, periodontite, , aftas, herpes,   sarcoma de Kaposi e linfoma não Hodgkin.

A candidíase é a manifestação bucal oportunista mais freqüente entre os pacientes soropositivos para o HIV. Freqüentemente aparece, como o primeiro sinal da infecção e reflete o declínio do sistema imunológico e o agravamento da doença. A candidíase bucal é a designação genérica atribuída à infecção da mucosa bucal causada por fungos do gênero Candida. Como em outros hospedeiros imunodeprimidos, as manifestações clínicas variam entre o aspecto pseudomembranoso, eritematoso, leucoplásico e queilite angular.

A leucoplasia pilosa oral, foi descrita como uma lesão branca, identificada principalmente em bordas laterais de língua, podendo ser uni ou bilateral, de limites imprecisos, de superfície plana, corrugada ou pilosa, não removível quando raspada, podendo variar em tamanho de milímetros a centímetros, causada pelo vírus Epstein Barr.
 
Outros vírus além do Epstein Barr, como o citomegalovírus (CMV), o vírus do herpes simples tipo I, e o vírus simples tipo II, e o vírus Varicella Zósters, podem causar lesões na mucosa bucal desses pacientes. O herpes simples e o herpes zóster, apesar de serem relativamente mais comuns, levam, no paciente imunodeprimido pelo HIV, a um quadro clínico mais severo que o usual, com lesões extensas e prolongadas.

Os problemas periodontais mais relacionados à imunodepressão causada pelo HIV são o eritema gengival linear e a periodontite necrosante, ambos de diagnóstico clínico. O eritema gengival linear é caracterizado por uma mancha ou halo avermelhado que se restringe a gengiva marginal e que não apresenta sinais de inflamação ou associação com a presença de placa bacteriana. A periodontite necrosante é uma doença periodontal de rápida progressão e de difícil manejo, cuja principal característica é a necrose dos tecidos periodontais (tanto o periodonto de inserção quanto o de sustentação), com a presença de exsudato purulento e sintomatologia dolorosa importante. As manifestações gengivais e periodontais, como o eritema gengival linear e a periodontite necrosante, não possuem etiologia bem definida, mas a grande maioria dos trabalhos publicados evidencia que o perfil microbiológico é similar ao de paciente HIV negativos imunocompetentes portadores de periodontopatias, ainda que quantitativamente diferente. As patologias periodontais no indivíduo imunodeprimido pelo HIV tendem a ser mais agressivos do que na população soronegativa, sendo que a freqüência de sua expressão clínica está relacionada ao aumento da imunodepressão.

As duas neoplasias malígnas mais freqüentes em pacientes imunodeprimidos pelo HIV, também incluem os herpesvírus em sua etiologia. O sarcoma de Kaposi, que representa a neoplasia malígna de maior incidência e cuja ocorrência é condição indicadora de Aids, teve sua etiologia associada a um novo vírus, o HHV-8 (human herpesvírus 8).

Outras infecções, comuns como o condiloma acuminado, a histoplasmose, a criptococose, a paracoccidioidomicose, a tuberculose, e a sífilis, são muito freqüentes. Com o início da terapia antirretroviral altamente potente (HAART) muitos pesquisadores verificaram a redução acentuada na ocorrência de infecções oportunistas. A prevalência das manifestações bucais também sofreu um decréscimo significativo com o advento da HAART.

O cirurgião dentista tem um papel importante no diagnóstico das manifestações oportunistas, no estadiamento clínico do paciente e no diagnóstico da infecção pelo HIV. Mas muitos pacientes ainda desconhecem essa importância, assim como, desconhecem a necessidade de retornar periodicamente ao consultório dentário e noções básicas sobre saúde bucal.

Prof. Dr. Elcio Magdalena Giovani elciomg@uol.com.br
Prof. Titular da Disciplina de Clínica Integrada, da Disciplina de Pacientes com Necessidades Especiais, Coordenador do Centro de Estudos e Atendimento a Pacientes Especiais (CEAPE – UNIP) e do Programa de Mestrado em Odontologia – Área de Concentração em Diagnóstico Bucal, da Universidade Paulista - UNIP – Campus Indianópolis de São Paulo – SP

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